quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Todo Mundo Quer Ser Obama (5)

Certamente, para os americanos, é "verdade" que o racismo existe, por isso eles o enfrentam. É "verdade" que o terrorismo existe, por isso eles o enfrentam, é "verdade" que a guerra existe, por isso eles a enfrentam, é "verdade" que egoísmo existe, por isso eles o enfrentam, é "verdade" que o conflito existe por isso eles o enfrentam, é "verdade" que o indivíduo existe por isso eles... o respeitam, ou se fazem respeitar, ou aprendem a respeitá-lo, ou aprendem a conviver em sociedade diante da "verdade" individual de cada um.

Mas e para nós brasileiros? Quais as nossas verdades? Sabemos quais são? Temos alguma? Construímos ou estamos construindo alguma verdade?

Ainda ontem assisti ao filme sobre o músico, norte americano, Ray Charles. E se fiquei impressionado com a história individual de dificuldades por que passou aquele homem, nascido em meados da primeira metade do sec. XX, que, além de cego aos 7 ou 8 anos, era negro em um país no qual até a década de 1960, não podia sentar-se na parte da frente dos ônibus públicos, por ser considerado um ser humano inferior, confesso que o que mais me lançou à reflexão foi lembrar-me que não apenas ele, mas outros tantos, antes dele, passaram por dificuldades semelhantes e ainda assim jamais fracassaram. Era a primeira metade do século XX...

Louis Armistrong, Nat King Cole, entre muitos outros, já sabiam o que era alcançar o status de celebridade em um país de minoria absoluta de raça negra - perto de 20% da população americana - sem qualquer apoio, sem, talvez, grandes esperanças, mas, e provavelmente isso tenha feito a diferença, em uma sociedade que se construiu, ao longo do tempo, acreditando em si mesma e em sua própria verdade. A verdade na qual você é responsável por si mesmo e por seus atos, e que eles serão o alicerce que sustentará quem você é, ou quem você se tornou, até o último de seus dias.

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